quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Mudemos de assunto


Estamos, como todos os benfiquistas, desapontados com a prestação da equipa na Liga dos Campeões. Talvez um bocadinho menos, porque o grupo que nos coube em sorte nos fez logo lembrar a Emirates Cup, prova que nos deu a entender as dificuldades de repetir uma época como a anterior. Desse torneio de pré-época até ao fecho do mercado entraram mais alguns Manéis que, embora nos tenham tranquilizado um pouco, estão a demorar a assimilar os processos da equipa. Conforme tivemos ocasião de expressar na altura, acreditámos que o plantel 2014-15 – até em comparação com o que avaliávamos dos outros candidatos – nos dava garantias quanto à revalidação do título. A tabela classificativa à 6.º jornada vai concordando connosco. Quanto a repetir uma época como a passada, aí fia mais fino.

Baixar expectativas

Estas duas primeiras jornadas de Champions deixam antever que o apuramento para a fase seguinte está muito complicado. Será isso mau? Somos benfiquistas, queremos ganhar tudo, consideramos que somos uma equipa de Champions, mas também vivemos neste mundo e achamos que temos os pés assentes no chão. Mesmo que conseguíssemos passar esta fase, que argumentos teríamos frente aos verdadeiros candidatos à mais importante prova de clubes? Pois.

Se a ideia é prolongar a prestação europeia, talvez a Liga Europa seja, realisticamente, um palco mais adequado às nossas actuais capacidades. Mas até a relegação para essa prova está difícil de atingir. De novo a pergunta: Se nem à piscina dos pequeninos formos, será isso mau?

É mau, sim. Mas pode ser um mal que venha por bem. Senão, vejamos: a participação na Liga Europa, onde parecemos ter decorado o caminho até à final, teria uma grande probabilidade de nos sobrecarregar o calendário numa altura decisiva da época em que é previsível que os nossos rivais na luta pelo título já estejam aliviados desses compromissos.

Se não gostávamos de ter esse troféu no museu? Claro que gostávamos! O problema é que achamos que, este ano, não temos cu para duas cadeiras. E, com todo o respeito pelas outras competições, pelos pergaminhos do clube e pelo grau de exigência dos benfiquistas, a conquista do campeonato nacional afigura-se, este ano, com uma importância suplementar: o bicampeonato será uma machadada letal no gang de Pinto da Costa. Sem Olivedesportos (obrigado, BTV), sem fundos, sem disponibilidade da banca, sem êxito desportivo, a fuga para a frente que constituiu este plantel 2014-15 do FCP vai fazer aquela barraca abanar toda.

Concentremo-nos no que é verdadeiramente importante

Constitui isto falta de ambição? É baixar o grau de exigência para níveis nada condizentes com o ADN do clube? Meus amigos, não nos queiram ver a fazer a figura do alucinado presidente do clube que vai em 7.º lugar, que, pendurado nessa coisa da ambição e dos níveis históricos de exigência, anda a convencer os seus adeptos de que é candidato ao título, com os resultados que se conhecem. Tenhamos noção das nossas limitações e concentremo-nos no que deve ser o nosso grande objectivo desta época: a conquista deste campeonato é mais do que o 34.º – muito provavelmente, ganhar este campeonato significa caminho aberto para conquistar consecutivamente muitos dos próximos. Vou repetir: Muito provavelmente, ganhar este campeonato significa caminho aberto para conquistar consecutivamente muitos dos próximos.  

8 comentários:

  1. Concordo em absoluto.
    Saudações.

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  2. É a dura realidade. Eu também gostava muito de poder papar a Jennifer Lawrence, mas tenho mais hipóteses com a minha colega Margarida das fotocópias, que é bem boa por sinal.

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    1. É isto que traz a magia do futebol!
      Quando se transportam os pormenores técnico-tácticos para os exemplos da vida real! :D

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  3. Concordo há que ter os pés assentes no chão. O ideal seria passar à segunda fase da Champions, poderia significar uns 8 Milhões para os cofres...

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