Ontem, o insuspeito José Marinho publicou na sua página de Facebook um post muito interessante sobre o negócio Garay que vinha ao encontro do que adiantáramos aqui em primeira mão há quase um mês, logo em cima do acontecimento: era totó quem pensava que o Benfica tinha feito um mau negócio com os russos.
Nesse post (que entretanto foi estranhamente removido) José Marinho começa por desabafar que uma coisa que o irrita na net é que a malta não sabe nada e vem para as redes sociais dizer que tem fontes, isto e aquilo. Não é o nosso caso – nós podemos não saber de nada, nem de jornalismo nem de futebol, mas temos acesso a uma fonte privilegiada (e involuntária, já agora!) que esteve na origem da criação deste blog. Achámos que era um desperdício irmos sabendo das coisas e não as partilharmos com o resto dos benfiquistas. Assumimos o Vermelho Directo como uma espécie de serviço público. Vivemos no enorme dilema de termos vontade de revelar a fonte para que se dê crédito ao que aqui vamos contando e, ao mesmo tempo, não o querermos fazer para não matarmos a galinha dos ovos de ouro. Acreditem, iriam rir-se se soubessem como é que a informação chega até nós. :)
Continuava Marinho, no tal post que estamos a citar de memória, que ele, como qualquer bom jornalista, não se pronunciou sobre o assunto Garay até ir às suas fontes e saber a verdade do negócio. Essa verdade tinha sido apurada pela sua investigação e era enfim partilhada com todos.
Marinho explicava que o Benfica tinha chegado a acordo com o Zenit para a transferência de Garay logo em Janeiro. tendo os russos ficado com a responsabilidade de pagar o salário de Garay entre Janeiro e Junho e ainda os prémios de vitórias que o Benfica tinha no contrato.
Segundo ele, aqui estavam 4 milhões de euros que deviam ser responsabilidade do Benfica e que deixaram de ser, juntando-se aos 2.4 milhões de euros oficialmente declarados, perfazendo já 6,4 milhões de euros para quem só tinha 40% do passe. Ainda somou os 4 milhões de encargos com o ano de contrato que faltava. Contas feitas, dava o mesmo que o Vermelho Directo adiantara há quase um mês: o negócio foi melhor para o Benfica do que se a cláusula tivesse sido accionada.
Marinho chamou a isto engenharia financeira criativa, descartou qualquer trafulhice feita ao Real e elogiou ainda o esforço que o Benfica fez para poder contar desportivamente com o jogador durante mais tempo. O post – que era de investigação e anunciava toda a verdade – era tão elogioso para Vieira, que alguém tratou de o remover tão cedo quanto possível.
Daqui, do Vermelho Directo, agradecemos ao José Marinho duas coisas: a partilha (ainda que temporária) dos pormenores do negócio e a confirmação de que ler o Vermelho Directo é saber de certas coisas com uma certa antecedência. :)
Já tinha visto e partilhei, mas vi noutro blog.
ResponderEliminarPois, eu não sei o que se passou, mas que fica sempre as coisas assim no obscuro ficam e isso não me agrada muito.
Vozes Encarnadas, o que retiro daqui é que o Vieira nos anos que já leva disto aprendeu qualquer coisa e é hoje um negociador que sabe levar a água ao seu moinho.
ResponderEliminaré verdade que houve uma aprendizagem, mas negócios que ficam no ar nunca me agradou. Gosto mais daqueles que é o que é.
EliminarE nitidamente o negocio do Garay não é apenas aquilo...
Para aqueles que ainda o não leram fica aqui o que o José Marinho escreveu. A razão pela qual desapareceu surpreendeu toda a gente mas não me admirava nada que fosse o gang dos porcos lá de cima que o fizeram que passajo tempo a apagar vídeos do YouTube. Gostava de saber mais pormenores sobre isso, como é possível isso acontecer.
ResponderEliminarJosé Marinho na sua pagina do facebook sobre a venda de Garay...
«Uma das coisas que mais me incomoda, nas redes sociais, é ver a forma como pessoas desinformadas têm acesso a um meio de comunicação onde podem expandir os seus delírios sem que isso seja um custo para as suas vidas ou sem que sejam responsabilizadas por aquilo que escrevem. Todos têm fontes, informações e conhecimentos sobre tudo e mais alguma coisa. São infalíveis, inefáveis e senhores absolutos de uma única verdade. A deles.
Vem isto a propósito do negócio Garay. Até hoje, o que se sabe é que o Benfica vendeu o jogador argentino por seis milhões. E depois, nada mais se sabe, além da gritaria, do ruído e das certezas que alguns se dedicam a escrever.
O negócio Garay foi assim: O Benfica vendeu o jogador por seis milhões e concretizou a venda nas últimas semanas. Mas o Benfica deixou de pagar os salários ao jogador desde Janeiro, altura em que ficou estabelecido o acordo de venda entre as três partes. Aqui reafirmo as três partes, para aqueles mais sensíveis, cujo entendimento das coisas é, por vezes, escasso e intangível.
Além da poupança em salários - 2 milhões de euros - desde Janeiro até ao final da temporada, o Benfica entregou ao Zenit a responsabilidade de pagar ao jogador todos os prémios e alcavalas que ainda teria de receber, pelas conquistas recentes e outras. Ao todo, podemos juntar mais 2 milhões de euros. Posto isto e após a rescisao de contrato, o Benfica libertou-se do encargo de pagar mais quatro milhões de euros correspondentes ao último ano de contrato, o que significa que bem feitas as contas, já vamos em 14 milhões de euros (6M+8M), por um jogador em final de contrato e que assumiu, perante os dirigentes do clube, que não renovaria contrato.
Antecipando o argumento daqueles que consideram que a poupança de quatro milhões de euros não pode ser determinada como valor factual de venda, recordo que esses mesmos quatro milhões de euros aplicados ao valor declarado da transferência seriam, na prática, dois milhões de euros correspondentes aos 50% por cento dos direitos económicos.
Como se vê, não há nada de obscuro nesta operação, apenas uma forma criativa de fazer as coisas não penalizando terceiros e sobretudo libertando o clube da responsabilidade de ter de dividir metade desses 14 milhões de euros com o anterior clube de Garay. Há poucas semanas, referindo-se a este caso, André Villas Boas disse que a transferência de Garay para o Zenit tinha sido um caso de magia. Tem razão. Magia financeira.
PS: Há algumas semanas tinha prometido mais alguns esclarecimentos sobre a venda de Garay. Fiz aquilo que é normal fazer em jornalismo. Procurei a informação, escolhi as fontes e agora dou a notícia. Era bom que este procedimento fizesse escola na internet. Evitava-se muito disparate e sobretudo discussões grosseiras sobre as motivações das pessoas.»
Manuel, obrigado pela partilha. Acabei de encontrar a mesma citação no Belo Voar da Águia. Quando fiz o post, tive de citar de memória.
ResponderEliminarSobre o desaparecimento do post, e entrando em especulações, o José Marinho está conotado com o grupo que se opôs a Vieira nas últimas eleições. Talvez esse grupo não tenha ainda desistido de lutar pela presidência. Como deve estar adormecido, por as próximas eleições ainda virem longe, os seus agentes actuam sem guião. Marinho terá feito o post de livre e espontânea vontade, até que ordens superiores acharam que aquilo era um tiro no pé para os interesses do grupo oposicionista e mandaram retirar o post.
Repito que esta é uma leitura especulativa e que pode ser injusta para José Marinho, estou só a pensar alto, mas a estranheza do acontecido permite pôr essa hipótese.
Podes ter razão e isso não me admirava nada, vindo de quem vem. Estão a um nível abaixo dos porcos lá de cima. O grupo não desistiu, muito longe disso, basta ir ao NGB e percebes as razões. Pelo contrário, agora até inventam mirabolantes cenários e "simulações" conspiratórias. Aonde chega a ambição do poleiro que colocam acima dos interesses do clube que dizem defender.
EliminarEstando eu de boa fé, custa-me a acreditar que tenha sido ele a retirar, afinal foi ele que escreveu e gastou muito tempo e esforços a adquirir a informação, por isso acredito mais numa "força externa". É especulação mas és capaz de ter razão.
Mais uma para a lista de canalhices.
Descobri o blog e vou ficar seguidor assiduo. Parabéns pelo bom trabalho.
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